domingo, 27 de agosto de 2017

Você já encontrou coragem para se amar?



Vai e vem, eu faço uma lista de todas as coisas que eu quero. É um hábito meio maluco que eu cultivo há mais de um ano. Escrevo à mão frases do tipo “eu quero fazer novas conexões com pessoas diferentes”, “eu quero me aproximar da minha espiritualidade”, “eu quero me empoderar tomando a frente dos meus projetos”, assim vai. Das poucas coisas que não se concretizaram de cara, algumas não me representam mais e outras seguem se repetindo nas novas listas (porque eu sou teimosa mesmo).

Mas sabe, há um salto gigantesco entre admitir o que você quer e ter coragem de fazer algo a respeito. Sabe quantos textos eu já escrevi sobre isso? Eu mesma já perdi a conta das vezes em que eu tive que juntar minhas forças para pular de alturas que eu nem sabia que era possível superar. Hoje eu estou aqui, encarando mais alguns metros, sem considerar a possibilidade de dar um passo para trás. E me dei conta de que a força que eu estive buscando dentro de mim era, na verdade, a coragem para me amar primeiro. Eu estive PROCURANDO coragem para me amar.

Desde que me dei conta disso, venho conversando bastante com amigos meus sobre amor — compartilhando experiências, sentimentos, e tentando compreender junto com eles o caminho do amor próprio. E isso me fez pensar em toda essa geração de pessoas que, como eu, ainda precisam de coragem para se amar. Eu não sou a única procurando, nós estamos. O que isso diz sobre a sociedade em que vivemos?

O que isso diz sobre nós mesmos?

Enquanto eu escrevia mais uma de minhas listas, fui percebendo que cada item dela me levava de volta a uma escolha que eu havia feito ao longo dos últimos anos. Vi a mim mesma caminhando na direção contrária de tudo o que eu acreditava. E de item a item eu fui pensando “cara, que louco, eu estou livre de tudo aquilo agora! Porque eu estou pronta para admitir que é isso aqui que eu quero”. E se é isso o que eu quero, por que vou me contentar com menos, sabendo que eu não sou menos do que isso?

“Não se acomode pelo bom, pelo ameno, pelo familiar. Continue procurando até encontrar o que realmente te move, que ressoa com o seu ser. E quero dizer isso para pessoas, interesses, para hobbies, para suas possessões, roupas, músicas, livros, arte. Tudo. Seja o curador de todos os aspectos da sua vida, o máximo que puder. É nas coisas que profundamente nos inspiram que encontramos a nós mesmos.” — The Artidote

Aquilo que você quer para si mesmo está diretamente ligado à quem você é. Sendo assim, se você não está disposto a abrir mão da pessoa que você é, você não deve abrir mão daquilo que você verdadeiramente quer. Afinal, “é nas coisas que profundamente nos inspiram que encontramos a nós mesmos”. E quando eu aceito menos do que eu quero para mim, eu estou aceitando ser menos do que eu sou.

Olha a dimensão disso! A partir do momento que você diz “chega, É ISSO que eu quero, e é o que eu vou buscar daqui pra frente”, você está defendendo a si mesmo e a tudo o que você é. Já pensou nisso?

Respeite a si mesmo o suficiente para se afastar daquilo que não te serve mais, não te faz crescer, ou não te faz feliz.

Passou da hora da gente se defender, pegar a si mesmo pela mão e caminhar (com medo mesmo!) na direção desse salto aterrorizante e ao mesmo tempo maravilhoso. É tempo de olhar para dentro e admitir que queremos SIM ser mais, ser tudo o que podemos ser.


Coragem é quando a gente deixa o coração agir.


Pois então, faça daquilo que você quer a sua coragem para se amar. Se entregue a você mesmo. Veja mais do que você ama, ouça mais do que você ama, fale mais do que você ama, se cerque de pessoas que te amam como você quer ser amado. Invista nas sensações que te libertam. Porque, no fundo, você está se libertando do medo de ser quem você é e de não ser amado. Mas ninguém nunca vai te amar de verdade — inclusive você mesmo — se não conhecer a sua verdade. Se descubra, se desvende, se ame. Se joga!

Às vezes o salto que a gente precisa dar está em apenas um passo.

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